DreConection: Sexo e Kings of Leon
foto: divulgação |
Eu não li “50 tons de cinza” e possivelmente não lerei. Porém, eu sei que em algum capítulo deste best seller há um referência a uma das músicas mais tocadas do Kings of Leon: “Sex on fire”. Acho que ela só perde para target=”_blank”>“Use somebody”, considerado por alguns o primeiro hit planetário do KOL.
Essas duas músicas estão em “Only by the night” (2008), quarto disco do grupo de Nashville, Tennessee, região dos Estados Unidos famosa pelos astros country. Quem conheceu essa banda pelo vídeo sexy protagonizado pelos irmãos Jared (baixo), Caleb (vocal/guitarra), Nathan (bateria) e pelo primo Matthew Followill (guitarra) não deve se sentir atraído pelas calças boca de sino, os cabelos compridos tipo hippies e as estampas exageradas do figurino do grupo em início de carreira…
Nos dois primeiros discos – “Youth and young manhood” (2003) e “Aha shake heart break” 2004) o quarteto mostrou que tinha cacife para uma longa carreira, mas, seria aquele o caminho a seguir? Esses caras têm uma bela história contada às custas de muito sofrimento e dúvidas sobre o que vale a pena arriscar pelo sucesso.
A estética e o som do grupo se desenvolveram e isso ficou claro no terceiro disco, “Because of the times” (2007). Foi ai que eles colocaram os pés um pouco além de Nashville. O que não significa que tenham rompido com as raízes, mas, se abriram para a loucura urbana e ficaram entre o céu e o inferno.
E o auge dessa mistura se dá em “Only by the night”, um disco que se ouve da primeira a última faixa sem pensar em dar pause.
Por isso, não tente traduzir “Sex on fire” para o português ou vai se frustrar. Vale a pena ficar ligado no conceito da música com o refrão cantarolável em arenas, o sex appeal, mas vale muito mais descobrir o que mais o Kings of Leon tem de bom.
Músicas como target=”_blank”>”King of the Rodeo”, “The bucket”, “California Waiting”, “Molly’s Chambers”, “On call” e “Knocked up” são alguns exemplos.
COME AROUND SUNDOWN
Em 2010, quando tinha os holofotes da mídia todos voltados para a banda o Kings of Leon teve um grande desafio. Corria o risco de se repetir para manter-se na crista da onda. Eis que vem “Come around sundown”. Nesse disco eles voltam a equilibrar o som da cidade com o som do Tennessee. Ponto para eles. Quando o mundo parece que vai te devorar é preciso que você tenha um lugar seguro para manter a cabeça no lugar.
AO VIVO
Tive a oportunidade de ver o Kings of Leon ao vivo três vezes e gostei do que vi e principalmente do que ouvi. Os caras têm um leque bom para variar o repertório dos shows e são convincentes no palco.
Por exemplo, quando ouvimos “Cold desert”, “Be somebody”, realmente acreditamos que o cara está literalmente na merda. Você não vai lembrar que em casa esperam por ele a maravilhosa esposa, modelo da Victoria’s Secret, e o filho. Parece bobo? Relembre os shows aos quais você assistiu recentemente e conte em quantos deles o artista te convenceu, por completo.
E o som do KOL é intenso, verdadeiro, inspirador… Muito mais do que só outra música que vai logo virar tema para comerciais.
DICAS
Além dos discos, se você quer conhecer melhor o KOL, recomendo o DVD “Live at 02 London, England” (Vox Music, R$ 37) e o documentário =&2=& (Sony Music, R$ 99).Adreana Oliveira
é jornalista por profissão, paixão e roqueira por uma inexplicável predestinação. Atualmente é editora de cultura do jornal Correio de Uberlândia e colunista de música.