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Finalmente uma rabada por aqui, estava ansioso para compartilhar uma receita deste prato que gosto tanto!
Como eu gosto de um almoço de domingo: o preparar logo cedo, a bagunça na cozinha, a música, o vinho, os amigos.
Panelão, macarrão, pé no chão.
E apesar de gostar de colocar a mão na massa, também me divirto quando minha cozinha é do convidado, aí posso ficar ali aprendendo, bebericando, fotografando e palpitando.
Achei essa receita de bolo de chocolate no livro A doce vida em Paris, do David Lebovitz.
Recomendo muito aos que gostam da combinação que o nome do livro sugere: David é um americano Chef Patissier que vive em Paris desde 2004 e conta de forma bem humorada e levemente ácida suas experiências na cidade. E no meio dessas histórias apresenta esse bolo que ele chama de “Gateau Therese”, em homenagem a vizinha homônima com quem aprendeu a receita.
Antes de falarmos da receita acho importante explicar uma questão sobre a palavra “meu” no título deste post.
Já percebi que sempre que publico alguma receita mais tradicional como moqueca, cozido português, carbonara e pratos do gênero, sempre alguém comenta bravo algo do tipo:
“Mas como você não coloca coentro na moqueca?”
“Mas como você troca endro por cheiro verde no gravlax?”
“Mas esse cozido português não é um Cozido Português.”
Antes de compartilhar com vocês essa receita desta terrine de queijo deixa eu contar uma história pra vocês.
Adoro receber em casa, mas fazer o próprio aniversário não é meu forte. Como todo mundo que vai ganhando manias junto com os anos, gosto de passar essa data viajando, pode ser pra beeem longe ou logo ali do lado.
Foi o que aconteceu nos últimos anos, e guardo ótimas lembranças desses momentos.
Costumo colocar as receitas em três categorias:
– As que precisamos seguir passos e medidas com precisão cirúrgica, porque se não for assim não funcionam. Vide quase tudo na área da confeitaria. Fujo dessas como fujo do peito de frango.
– As que usamos como inspiração e acrescentamos o nosso toque. Caminho que uso com mais frequência.
– As que nascem do improviso, da adaptação, do que se tem disponível naquele momento. Essas são as mais arriscadas, mas são as que entram para o ranking de “receitas do coração” com mais frequência.
Oi gente! Tudo bem por aí?
É curioso sentir necessidade de dar satisfação para quem provavelmente não conheço pessoalmente e que está há muitos quilometros de distância.
Mas como este espaço nos aproxima tanto, sinto de fato uma vontade de colocar os assuntos em dia, como aquelas longas ligações e encontros com os velhos amigos que não encontramos há muito tempo.
“Mas vocês só comeram?”
Foi a primeira pergunta que minha sogra fez à Carol quando chegamos.
Foi bem assim mesmo: uma viagem pra comer. Oh vida!
É a nossa terceira vez na capital argentina, e não, ainda não cansamos e nem conhecemos tudo por lá.
Fizemos todos os passeios mais turísticos na primeira visita, as duas últimas nos entregamos aos prazeres da gula.
Quem me conhece sabe que não jogo e não faço questão de futebol.
Quem me conhece também sabe que antes da copa estava com aquele discursinho de torcer para o Brasil perder, pensando na possibilidade disso ajudar a mudar os rumos da próxima eleição e blá blá blá.
Aí você começa a acompanhar, sofre com jogada ruim, vibra com gol, se comove com o desabafo do Júlio César exorcizando seus fantasmas.
Minha mãe costuma dizer que tem o privilégio de ter dois filhos cozinheiros porque ela não cozinha lá essas coisas. Conversinha de quem quer um elogio. 🙂
Ela pode não ter passado a vida no fogão, afinal, formada em letras e artes-plásticas, sempre trabalhou com publicidade como uma redatora e criativa excepcional.
Mas a genética é boa e ela herdou muitas competências gastronômicas da Dona Teresa, a vó que faz os melhores biscoitos de polvilho da galáxia.
Quem me conhece sabe que não sou um cara que segue à risca os ideais nutricionais nas minhas receitas. Acho que ainda estou no meio do caminho: não uso somente ingredientes orgânicos, carnes magras e farinhas integrais, mas sempre leio as informações das embalagens do que compro e evito produtos com muito sódio, corantes, conservantes e outros “antes” de origem suspeita.
Mas tento me aproximar cada vez mais do ideal natural, ter crianças em casa e um metabolismo que já não consome meus excessos com tanta facilidade me motivam bastante neste sentido.
