alice

Um furacãozinho chamado Vida

Escrevi e apaguei o primeiro parágrafo desse post duas vezes.

Ia pedir desculpas por ter abandonado o blog todos esses dias, e dizer que a culpa é do furacão que passou na minha vida. Daí lembrei que eu disse isso já pra todos os meus amigos, clientes, parentes e fornecedores. Bobeando, já disse até pra você.

Então eu penso que não custa nada abrir uma janelinha do coração e ser só um pouquinho fora do eixo dessa vez. Porque se aconteceu comigo, pode acontecer com você também. E quem me dera eu ter tido alguém pra me avisar antes, então veja bem: existe a possibilidade de um dia um furacão passar na sua vida. Bem em cima da sua cabeça. Pronto: falei!

Esse furação pode fazer muitas coisas na sua vida sem te perguntar. Você pode ter dois filhos de uma vez, mesmo sendo só uma. Eles podem ter muita dificuldade pra sobreviver no início. Você pode ficar semanas sem sequer conseguir lavar o próprio cabelo, mesmo lavando o deles até duas vezes num só dia (isso são 4 cabeças!). Você pode ficar sem dormir 3 anos. Pode ter que trabalhar com os dois puxando sua calça pra baixo. Ou um puxando a sua roupa enquanto o outro pega a sua faca alemã de estimação e enfia na tomada. Outra coisa bem chata, você pode levar uma put@ rasteira (ou só um peteleco) de alguns amigos, ou sócios, ou namorado, ou gato, cachorro e periquito. Ou todas essas opções. Você pode ficar doente e não ter força pra levantar e cuidar de outra mini-pessoa. Nem de duas.

theo

Mas caso isso aconteça com você, escute com muita (muita) atenção o meu conselho. No início você fica muito cansada e triste. Depois com raiva, depois luta, luta, fica dando braçadas cada vez mais fortes pra tentar não rodar no furacão. Tenta segurar cada coisa que ele arrancou, parede por parede. Quer ser mais forte que o furacão, e agarrar sua vida com os dentes pra mostrar pra ele quem manda. Até que, enfim, você humildemente percebe que quem manda é ele. Daí você para de lutar, perde força, se permite rodar na mesma direção que ele, e até parece que vocês estão dançando juntos. Flui. Voam os pedaços do que você acredita fortemente que é/era a sua vida, e só dá tempo de ficar observando tudo ir pra bem longe, sem fazer nada.

Até que tudo vai parando de rodar, tudo vai ficando mais calmo. Vai chegando o silêncio (porque antes tinha aquela orquestrinha irônica com risadinha de bruxa do furacão do Mágico de OZ, ou no outro caso,The great Gig in he Sky, do Pink Floyd), e então, acredite em mim, tudo ficou completamente vazio. No bom sentido. Porque depois de tudo isso você começa a achar é bom mesmo. Porque, afinal, você nem gostava tanto daquela parede. Daquele amigo, trabalho, namorado ou qualquer coisa do tipo. E pode ter certeza ABSOLUTA, o que ficou, o que sobrou de pé, é o que existe de melhor na sua vida. São as únicas coisas que deveriam ter ficado mesmo. Porque elas fizeram por merecer. Te fazem felizes e te fazem crescer. Mas a moral da história mesmo é: não lute, dance. O furacão tá te fazendo um favor. Só isso.

E assim como no Mágico de Oz, depois que ele passa, o que era preto e branco fica colorido.
O seu furacão pode ter cara e jeito diferente do meu. Caso você precise de alguma coisa, meu email é contato@acozinhadaalice.com. Porque o outro conselho que posso dar é: não hesite em pedir ajuda. Dinheiro eu não posso emprestar, o resto, vou ter prazer em te ajudar.
Bom é isso.
A receita é a seguinte: depois que o furacão passar, sente-se, abra uma garrafa de vinho (dos bons), e faça uma bela lasanha, daquelas que tem todos os ingredientes que você só se permite em emergências. Você merece! Só convide quem te faz rir.
Aqui no blog tem boas, caso você precise de inspiração, vá na barra de pesquisa e digite seu ingrediente favorito.
E quero aproveitar o desabafo pra agradecer.
À própria vida, aos meus verdadeiros amigos, aos meus filhos, aos meus amores do Zen Budismo (com mil corações pelo Via Zen e a Sanga de Uberlândia), ao Espaço da Alma e o universo de infinitas possibilidades, ao coaching da Executiva mais linda do mundo, aos meus PAIS, que o são mesmo, em Caps Lock. E por último mas não menos importante, ao meu super Irmão, no latim germanu, ou brother, fratello, ou opção numero 5 do dicionário Michaelis: “amigo inseparável”.
Vocês arrasam! Gratidão com profunda reverência.