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Santiago para comer – parte 1

Por algum motivo que não sei explicar deixei este post guardado por alguns meses, mas hoje e na próxima semana publico algumas dicas sobre nossa última viagem para a bela capital chilena. Espero que gostem 😉

Em 2003 fui a Santiago pela primeira vez, era também minha primeira viagem para o exterior.
Nesta visita os tios da Carol moravam na cidade, e fiquei muito impressionado com a arquitetura moderna, as largas calçadas e as ruas completamente limpas.
Tinha aquela visão muito equivocada de que Santiago era meio parecido com aquelas cenas de filmes com galinhas dentro de ônibus velhos, quanta ignorância…
Como toda cidade, existem áreas mais degradadas e outras muitos bacanas, mas no geral a cidade é linda.
A primeira viagem foi totalmente turística, como na minha opinião toda visita a um novo destino deve ser, esta foi diferente: descanso e comida eram as duas prioridades.
Então não usem este post como um guia da cidade, não fui a muitos pontos turísticos obrigatórios, mas acho temos algumas dicas de onde encontrar um belo prato em Santiago.


Shopping, restaurantes e a melhor refeição da viagem.

Parque Arauco e Vendetta
Como chegamos perto da hora do almoço, não planejamos nenhum passeio mais longo, aproveitamos para nos acomodar e depois ir até o Parque Arauco, que fica bem perto do hotel, para comer algo e trocar algum dinheiro.
O Arauco é o maior shopping de Santiago, tem lojas de grandes marcas e um arquitetura bacana, com muitos espaços abertos.
Procurando algo pra comer paramos em um restaurante chamado Vendetta, confesso que não esperava muita coisa, mas fomos surpreendidos por dois pratos muito saborosos. Especialmente o da Carol, um nhoque no molho branco, salmão defumado, queijo e até caviar.. chique demais pra quem queria fazer só um lanchinho.
Antes de voltar para o hotel, um pulinho na Mundo del Vino para abastecer o frigobar.


Astrid y Gaston: a melhor refeição
A noite, nosso primeiro destino planejado: o restaurante Astrid y Gastón.
A história desse casal-restaurante é bem bacana, ela é alemã e ele peruano, se conheceram estudando gastronomia em Paris inauguraram sua primeira casa em Lima em 1994. Hoje, com restaurantes espalhados por toda a américa latina, figuram entre os 50 melhores restaurantes do mundo pela lista da Restaurant Magazine, fazendo uma comida que mistura a tradição peruana com as técnicas francesas.

Mas falando do que interessa, se fosse recomendar um único restaurante em Santiago, recomendaria este. A casa é bacana mas sem luxos, o atendimento é excelente mas sem formalidades.
Optamos pelo menu degustação, meio preocupados com a quantidade de pratos, mas ainda bem que fizemos esta escolha: uma entrada com ceviches, camarão empanado e outras guloseimas fantásticas abre uma sequência de pratos deliciosos.
Depois 3 pratos quentes: salmão acompanhado com risoto, uma massa com camarões e depois um filé dos deuses.
O Raul, o atencioso garçom que nos atendeu, percebendo a minha curiosidade pela cozinha, me perguntou se queria conhecê-la, aceitei o convite sem pensar!

E pra fechar, essa sobremesa linda: sorvete, doce de leite, arroz doce e uns biscoitinhos que lembram os de chuva. Simples e deliciosa.

Duas horas depois, saímos felizes, super satisfeitos e com uma dúvida danada se conseguiríamos uma experiência gastronômica superior na cidade. Com certeza uma das melhores refeições que já fizemos.

Segundo dia: um pouco de turismo, vinho e (claro) comida.



Los Dominicos: artesanatos e lembranças típicas
O segundo dia da viagem começou com um passeio bem turístico e muito bacana pra quem quer comprar artesanato e outras lembranças típicas: o Pueblito Los Dominicos.
Um antigo mosteiro que hoje abriga dezenas de lojas que vendem blusas, jóias, esculturas e todo tipo de trabalho manual.

Liguria: clima de boteco
No almoço fomos conhecer o Liguria, um bar tradicional de Santiago. A casa estava lotada e dá pra perceber que muitos turistas (sentamos ao lado de um casal de brasileiros) se misturam à turma local.
Com clima bem boteco, tem um cardápio extenso e uma carta de vinhos bem completa. A Carol foi de merluza e eu de camarão. Gostosos, despretensiosos mas nada de especial. Penso que na minha próxima visita trocaria meu prato por uns aperitivos e ficaria mais tempo curtindo um vinho e o local.

Concha y Toro: passeio obrigatório

A tarde foi a vez de visitar a Concha y Toro, uma das mais tradicionais vinícolas e com certeza a mais conhecida do Chile.
Passeio quase obrigatório, fica a menos de 30 km de Santiago e já vale a pena pela beleza do local: jardins bem cuidados e a linda mansão que foi o refúgio de verão da família de Don Melchior, fundador da marca, parecem cenários de filme.

O passeio continua com a visita a algumas adegas, com direito a momento “suspense” para conhecer a lenda do Casillero del Diablo. Depois de uma degustação, lojinha para comprar lembranças da marca e voltamos para Santiago.
Gostamos muito do passeio é acho que vale a pena para quem é curioso sobre o assunto, o que era o nosso caso, mas se você é apaixonado ou grande conhecedor dos vinhos minha dica é que se informe melhor sobre passeios mais personalizados na própria Concha y Toro ou em outras vinícolas, são várias opções e devem ser mais interessantes para quem quer ir mais fundo ao assunto.

Aqui esta Coco: boa comida e uma decoração sensacional

A noite fomos conhecer outro restaurante muito recomendado: Aqui esta Coco
O espaço já impressiona na fachada, mas o melhor está lá dentro: uma decoração quase cenográfica, que impressiona pela originalidade e bom gosto.
No primeiro salão você dá de cara com essa escultura de baleia que fica sobre o bar. O salão principal é bem espaçoso e tem um pé direito enorme.
Nos levaram para o salão “La Cava”, como o nome já diz é decorado com elementos do universo dos vinhos e fica no subsolo do restaurante. Lindo e aconchegante.

Para entrada, fomos de “Carpaccio Austral”, um ceviche de salmão defumado, abacate, coentro e limão, vou tentar isso em casa o mais rápido possível!
Para jantar, fui de “100% Chileno”, um prato frutos do mar variados e Reineta, um peixe comum nos cardápios chilenos.
A Carol pediu cordeiro com batatas e alecrim, mas quando chegou um prato com um corte estilo Fred Flintstone (foto) ela fez uma cara que gostaria de trocar de prato comigo. Fiz um ótimo negócio: o cordeiro estava divino: macio, tenro e no ponto exato.

E para sobremesa, dividimos um “Crocante de Chirimoya”, esta tortinha da foto aí em baixo. Basicamente uma mistura de chantilly com Chirimoya (fruta típica dos Andes que lembra bastante a fruta do conde), calda de maracujá e o crocante batata doce palha. Delícia!

Veredicto: só pelo ambiente vale a visita, mas a comida não fica atrás, os pratos são preparados com cuidado e bem servidos. Só não tirou a primeira colocação do Astrid y Gaston 😉

No próximo post eu conto a resto da viagem 😉

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